RENOVAR E CRESCER

2010
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Fernando Pessoa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

NÃO PERMITA QUE MATEM OS SEUS SONHOS

CRISE OU OPORTUNIDADE?
Um homem vivia a beira da estrada e vendia cachorros quentes. Não tinha radio e, por deficiência visual, não podia ler jornais. Em compensação, bons cachorros quentes. Colocou um cartaz na beira da estrada, anunciando a mercadoria, e ficou por ali gritando quando alguém passava: “olha o cachorro quente especial!” E as pessoas compravam. Com isso aumentaram os pedidos de pão e salsicha, e ele acabou construindo uma mercearia. Então ao telefonar para o filho, que morava em outra cidade, e contar as novidades, o filho disse:

- Pai, o senhor não tem ouvido rádio? Não tem lido jornais? Há uma crise muito séria, e a situação internacional é perigosíssima! Diante disso o pai pensou: “meu filho estuda na universidade, ouve rádio e lê jornais, portanto deve saber o que esta dizendo! E reduziu os pedidos de pão e salsicha, tirou o cartaz da beira da estrada e não ficou por ali apregoando os seus cachorros quentes. As vendas caíram do dia para a noite. Então, disse ao filho:

-“Você tinha razão, meu filho, a crise é muito séria!”

Experiências em neurociências já demonstraram que as visualizações e os pensamentos guiam nossas emoções e atitudes. Portanto aquela famosa frase “você é o que pensa ser” é verdadeira. Não nos damos conta que desde a nossa infância somos circundados por pessoas importantes para a nossa formação e tudo o que ouvimos delas, que são a nossa referencia, passa a exercer em nós um poder muito grande. Imaginamos que tudo aquilo é verdade, afinal de contas são mais experientes, sabem o que fazem e o que falam. Engolimos tudo sem questionar. Em cima do que nos foi inculcado imaginamos e pensamos, criamos nosso mundo “real”, que pode ser um sucesso ou um fracasso. Podemos criar grandes oportunidades ou verdadeiras crises financeira, moral e principalmente relativas a nossa auto imagem e estima.

Nossos ídolos ditam como devemos ser, o que vestir, o que comer, o quanto pesar, quais as nossas medidas e formatos corporais ideais. Onde devemos gastar nosso dinheiro, o quanto devemos ser robôs não pensantes, afinal para que estudar, ser intelectual? Somos hipnotizados, manipulados pelos que ditam as regras.

Se você tem um sonho visualize-o, pense constantemente nele e não permita que ninguém venha mata-lo.

Gosto muito da frase atribuída a Henry Ford:- "Se você pensa que pode ou se você pensa que não pode, você esta certo. A ESCOLHA É SUA".

Vamos refletir.

Sueli Mozeika

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

REFORMANDO PARA RENOVAR

Ola!

Estou retornando depois de um breve descanso. Aproveitei o período para reorganizar minha vida e meu tempo. No momento estou com pedreiros em casa, fazendo uma reforma e é um período difícil pois temos que conviver com poeira, tirar as coisas de lugar e colocar em outros espaços pequenos. Teve um dia em que a bagunça era tanta que quase não dava para andar na sala, onde esta sendo o meu quarto e o depósito de todo o resto. Fiquei olhando para um lado, para o outro e me senti como um verdadeiro morador de “ponte”. Nesse dia me dei conta da importância da bagunça, do caos para podermos renovar nossa casa, seja a física, material e principalmente a nossa casa mental.

Da mesma forma como devemos de tempo em tempo fazer a limpeza nos armários e separarmos o que deve ficar e o que deve ser descartado, devemos fazer o mesmo em relação a nosso mundo interior, com nossas crenças incrustadas e que já não tem mais valor e muitas vezes esta entupindo nossa vida e impedindo-nos de crescer.

Aproveito a oportunidade para deixar um poema que de certa forma retrata um pouco essa necessidade de sabermos quem somos nós e da importância de nossas escolhas.

VIR A SER

Eu procuro por mim.
Eu procuro por tudo que é meu
e que em mim se esconde.
Eu procuro por um saber
que ainda não sei,
mas que de alguma forma já sabe de mim.
Eu sou assim...
processo constante de vir a ser.
O que sou e ainda serei
são verbos que se conjugam
sob áurea de um mistério fascinante.
Eu me recebo de Deus e a Ele me devolvo.
Movimento que não termina
porque terminar é o mesmo que deixar de ser.
Eu sou o que sou na medida em que
me permito ser.
E quando não sou é porque o ser eu não
soube escolher.


Referencia Bibliográfica
Melo, Fabio:- QUEM ME ROUBOU DE MIM? O sequesto da subjetividade e o desafio de ser pessoa; Ed. Canção Nova

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

COMO VOCE ESTA LIDANDO COM SEUS PROBLEMAS?

ATACANDO OS PROBLEMAS
“O guardião mestre e o guardião dividiam a administração de um mosteiro. Certo dia, o guardião morreu e foi preciso substituí-lo. O grande mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.
- Vou apresentar-lhes um problema - disse o grande mestre.
- Aquele que resolver primeiro será o novo guardião do templo.
Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no meio da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa a enfeitá-lo.
- Eis o problema – disse o grande mestre.
Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma? Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos à sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso e atirou-o no chão, destruindo-o.
- Você é o novo guardião – disse o grande mestre ao aluno.
Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:
- Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante o problema seja: ele tem de ser eliminado. U&m problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado, mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto. Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente. Nessas horas, não se pode ter piedade nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo”.


É muito triste perceber que as pessoas se acomodam diante dos problemas, ou tem dificuldade de abrir mão de algum benefício que ele lhe trás. É aquele emprego que suga até a ultima gota do seu sangue, que causa um esgotamento físico e mental a ponto de interferir na sua vida como um todo, mas não se quer abrir mãos dos benefícios e indenizações. É o companheiro(a) que humilha, ridiculariza diante dos outros, mas dá a segurança financeira. O amigo que só procura nos momentos de aflição e, quando você é quem precisa de um apoio ou conforto, nunca esta disponível. É aquele carro, casa ou o consumismo excessivo que para manter as aparências consome seus momentos de laser, seu sono, sua tranqüilidade. Aquele vício que dá uma sensação de prazer momentâneo, mas nunca sacia.

Parece estar havendo um sadomasoquismo coletivo, onde os papéis estão continuamente mudando de um lado para o outro a cada momento e difícil de se romper o ciclo. O ser humano tem-se mostrado muito fragilizado, mas utilizando recursos de defesa extremamente nocivos, que exige um esforço sobre humano para se manter uma falsa aparência, mas que acredita poder comprar o amor, a atenção e o conforto. O ser humano esta agindo como um bebe recém nascido que se julga o centro do universo. Esta tendo dificuldade de assumir a maturidade, as responsabilidades de uma vida adulta e fica esperando o leitinho quentinho chegar na boquinha ao invés de correr atrás de seus sonhos e ideais.

Não estamos aqui para buscar o responsável, mas para alertar o preço das aparências e do comodismo.

Referencia Bibliográfica
Rangel, A(org.): As mais bela parábolas de todos os tempos:- Atacando o problema; Vol. I; pg.53-54; Ed. Leitura; Belo Horizonte – MG; 7ª Edição

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A FLOR DA VERDADE


Por volta do ano 250 aC., na China antiga, certo príncipe da região de Thing Zda, no norte do pais, estava as vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma “disputa” entre as moças da corte para saber qual se achava mais digna de sua auspiciosa proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao ouvir que ela pretendia ir a celebração. Indagou-lhe incrédula:

- Minha filha, o que acha que fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa idéia insensata da cabeça. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

A filha respondeu:- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Sei que jamais poderei ser a escolhida, mas esta é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe; isso já me torna feliz, pois sei que meu destino é outro.

A noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:

- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.

A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de “cultivar” algo, seja costumes, amizades, relacionamentos, dentre outros. O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade na arte da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura daquela semente , pois sabia que, se a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tentara de tudo, usara todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido e dia a dia percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada ela havia cultivado. Consciente de seu esforço e dedicação comunicou a sua mãe que, independentemente das circunstancia, retornaria ao palácio, na data combinada, pois não pretendia nada alem do que mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada, estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava absorta, nunca havia presenciado cena tão bela. Finalmente chegou o momento esperado: o príncipe observou com muito cuidado cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção e, após passar por todas, uma a uma, ele anunciou o resultado e indicou a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inusitadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, ele esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz – a flor da honestidade -, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.


Ouvi esta fábula há cerca de uns quatro anos atrás e ela me tocou muito, pois nos dias de hoje é cada vez mais difícil cultivar a honestidade, principalmente num momento em que se gasta fortunas para o cultivo do exterior. São as academias lotadas na esperança de um bumbum durinho, músculos torneados, pele bronzeada. Produtos vendidos pela TV e internet que proclamam acabar com a barriga, a celulite e muito mais. A industria de cosmética, nem se fala, e as cirurgias plásticas que hoje se faz em suaves prestações, nos famosos carnezinhos? E os botox e silicones da vida que vão deformando a face e o corpo para se buscar algo que a industria da beleza instituiu, que amanhã pode instituir exatamente o oposto?

É a busca frenética por cultivar algo fabricado, algo que não existe. É querer que brote uma flor de uma semente estéril. É anular a natureza em detrimento do sintético, do fabricado.

Esta é apenas uma pontinha do iceberg, pois a cada dia, mais e mais, estouram escândalos políticos onde a corrupção é vista como algo natural, burla-se a lei e impera-se a impunidade.

A coroa real, hoje, é o próprio umbigo. Vivemos um mundo de falsidade, de mentiras, e o pior que de tanto cultivá-las e ouvi-las, passam a ser verdades para uma população que esta emburrecendo através de condicionamentos realizados por espertalhões que proclamam a lei do prazer já. A população tem se escraviza no consumismo, entram em crise de identidade - ser e parecer com outra pessoa. Entram em dívidas homéricas, e muitos adoecem tanto física e psiquicamente por querem que sua flor seja a mais bela.

Será que um dia vamos ter um imperador que venha valorizar a pureza, a verdade e a honestidade? Será que, um dia, nós seremos capazes de assumir nossas limitações e impotências e teremos a coragem de mostrá-las a público?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

DESCOBRINDO TALENTOS COM A CRISE


ATIRANDO VACAS NO PRECIPÍCIO
Um mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sitio de aparência pobre e resolveu fazer-lhe uma breve visita. Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também, com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeira, os moradores – um casal e três filhos – vestidos com roupas rasgadas e sujas. Então aproximou-se do senhor, aparentemente o pai daquela família, e perguntou-lhe:
- Neste lugar não há sinais de ponto de comercio e de trabalho; como o senhor e sua família sobrevivem aqui?

O senhor, calmamente, respondeu:
- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte produzimos queijo, coalhada, etc., para o nosso consumo, e assim vamos sobrevivendo.

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou-lhe:
- Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e jogue-a lá embaixo.

O jovem arregalou os olhos espantados e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família; mas, como percebeu o silencio do mestre, cumpriu a ordem: empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer. Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos. Um belo dia, ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar aquele mesmo lugar e contar tudo aquela família, pedir perdão e ajudá-los. Assim fez, mas quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado, imaginando que aquela família teve que vender o sítio para sobreviver. “Apertou” o passo e, chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático, a quem perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos.

O caseiro respondeu-lhe:
- Continuam morando aqui.

Espantado, ele entrou correndo casa adentro e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha):
- Como o senhor melhorou este sítio e esta muito bem de vida?

O senhor, entusiasmado, respondeu:
- Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante, tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos e, assim, alcançamos o sucesso que seus olhos deslumbram agora.

Embora a palavra crise assuste, mas, é ela a responsável por parte de grandes descobertas e avanços tecnológicos. Ela nos obriga a agir, a recorrer a novos métodos de sobrevivência. Nos obriga a sermos criativos. Ela nos força a desencavarmos nossos talentos enterrados.

Parece um paradoxo, mas muitas pessoas só crescem quando são obrigadas a sair do comodismo diário para enfrentar o novo.Tenho tido a oportunidade de ver pessoas adoecerem por extrema pressão no trabalho, mas não abrem mão dele por medo da escassez, medo de não encontrarem outro emprego, por não quererem abrir mão de alguns benefícios, mas não se dão conta da pobreza interna que os consomem, não se dão conta do quanto estão adoecendo, enquanto enriquecem os que tem necessidade de mais, as custas da saúde e vida deles, os trabalhadores.

A mídia nos inunda com notícias e reportagem de crises, violências, e todo tipo de desgraça. Somos ávidos por desgraças, e as emissoras divulgam o que pedimos, o que dá ibope. Não nos damos conta que estas mensagens geram em nós uma crença de impotência e desesperança e passamos a acreditar que isso é a realidade. Não nos damos conta que estamos contaminando nossas mentes, nossos cérebros com pensamentos negativos e atitudes limitantes.Não nos damos conta que cultivamos a doença, cultivamos a depressão que é o símbolo da impotência. Inclusive já esta sendo comprovado, em pesquisas científicas, que nosso pensamento gera alterações neurofisiológicas em nosso cérebro de forma a gerar doenças ou cura.

Não vamos ficar esperando que alguém venha jogar nossa vaquinha no precipício, porque não fazermos isto nós mesmos? Porque não nos deixemos permitir que nossos talentos até então enterrados brotem como uma árvore que dá frutos e que possamos então nos alimentar e também a outros como nossas experiências?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O PREÇO DA MUDANÇA


OS MACAQUINHOS NA JAULA
Mudanças geram medo e sofrimento

“Em um zoológico bem cuidado de uma cidade havia animais comuns: raposas, sagüis, tamanduás, hienas, guarás, araras, tucanos, galinhas d’angolas, pavões, curiós... Um lugar calmo e perfeito para a vida daqueles animais.

Bem no centro daquele paraíso havia uma jaula onde “moravam” cinco macacos. Ali eles podiam ter uma ampla visão do jardim e dos demais animais. A comida e a água eram suficientes e até tinham um cantinho macio onde podiam descansar. Sobrava espaço para as muitas brincadeiras. Em fim um paraíso na Terra! Eles estavam sempre alegres, bem dispostos, com ótimo humor.>

Entretanto, bem no meio da jaula, pesquisadores, colocaram uma escada e, em cima dela, um cacho de bananas. Para os macacos aquela visão era bem atraente: frutas maduras, cheirosas e sedutoras. A todo instante paravam as brincadeiras para olhar para cima. Aquilo, sim, era uma tentação! Eles salivavam, babavam e ensaiavam subir pela escada para tirar uma única banana... Ah! Que tentação... Mas só pensavam... Logo, logo voltavam a rotina de brincadeiras. Todas as vezes que algum deles, furtivamente, começava a subir a escada, os observadores do lado de fora, lançavam jatos de água fria, propositadamente, sobre os outros macacos. Então, o “traidor” era censurado pelo grupo, que gritava para ele não repetir mais aquilo. Afinal, qualquer um que ousasse subir decretava a punição dos demais: jatos de água eram jogados sobre os que estavam em baixo.Porem ninguém naquela jaula se arriscava a pegar uma banana. Com o tempo, nenhum deles subia mais a escada, embora a tentação pelas bananas fosse grande. Aquele que fosse apanhado na tentativa terminava apanhando dos outros.

Depois de algum tempo, um dos macacos foi substituído por um novato. Assim que ele chegou, lançou-se escada acima. Resultado: levou um monte de cascudos dos demais e nunca mais tentou subir.

Passado algum tempo, substituíram outro veterano por outro novato, que também tentou subir a escada e apanhou dos demais, inclusive do que havia chegado um pouco antes dele.

Acabaram substituindo cinco veteranos por cinco novatos, e nenhum deles subia a escada. Depois de muita especulação, muito sutilmente, um dos novatos perguntou:
- Ei, amigos, porque não podemos subir pela escada e pegar as bananas?

Todos olharam surpresos para ele e responderam quase em uníssono: - Nós não sabemos, mas aqui sempre foi assim: se subir apanha!” (1)

Duarte, Noélio. O incrível poder da motivação. São Paulo; 2007; Ed. Hagnos

O PREÇO DA MUDANÇA
Todos sabemos o quanto é difícil e penoso mudar hábitos e comportamentos. Desde criança somos condicionados por normas e crenças que não questionamos. Aceitamos passivamente, “pois assim nos ensinaram”, e assim crescemos, sem desenvolvermos o dom que Deus nos deu: a criatividade.

Nos acomodamos com o mingauzinho do dia a dia e não buscamos um alimento mais sólido, afinal de contas vai gerar o trabalho da mastigação, vai cansar. Enquanto isso assistimos as transformações que os mais espertos nos impões e como verdadeiras ovelhinhas vamos em direção ao matadouro, para sermos esfolados e usados por eles, para que galguem cada vez mais a escada do sucesso e poder.

Até quando, por comodismo e medo vamos abortar nossa criatividade e vamos, como vítimas, ficar lamentando nossos infortúnios?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ACHE SUA PÉROLA


Era uma vez dois pescadores de pérolas, Stavros e Giorgos, que viviam numa ilha grega. Stavros era um grande sucesso, mas Giorgos mal conseguia alimentar sua família. Um dia, Stavros ofereceu-se para mergulhar com Giorgos, para ver se conseguia ajudar seu colega menos afortunado. Giorgos mergulhou fundo e apanhou uma ostra de boa aparência. Trouxe para a superfície, levou-a carinhosamente para a praia e começou a abrir a ostra com sua faca.
- Porque você subiu tão cedo? –perguntou Stavors. –Você desperdiçou um mergulho inteiro para apanhar uma única ostra!
- Sei o que estou fazendo -disse Giorgos. –Tenho um pressentimento com esta ostra. Ela tem qualquer coisa de diferente.
Stavros ficou observando em silencio seu amigo abrir a ostra. Coitado, não havia nenhuma pérola! Giorgos fechou cuidadosamente a ostra, segurou-as entre as mãos e ficou sentado sem dizer palavra, balançando o corpo para trás e para frente com os olhos fechado.
- Giorgos, o que é que você esta fazendo agora?- Perguntou Stavros.
-Acredito na minha ostra -disse Giorgos.- Se eu acalenta-la e a mantiver aquecida, pode ser que nasça uma pérola em sinal de gratidão pelo meu desvelo.
Balançando a cabeça, Stavros afastou-se. Estava ficando tarde e ele tinha muito o que fazer. Enquanto Giorgos cuidava de sua ostra especial, Stavros fez um mergulho, enchendo o seu balde com mais de cem ostras, levou-as para a praia e começou a abrir metodicamente cada uma delas. Cada ostra que não continha uma pérola, Stavros jogava-a de volta ao mar.
Ao cair da tarde, Stavros foi dar uma checada no amigo para ver como iam as coisas. Giorgos continuava embalando a ostra vazia.
-Teve sorte? -Perguntou Giorgos.
- Até que tive -respondeu Stavros. –Joguei fora 95 ostras vazias, mas achei cinco com pérolas. Acho que vou com minha mulher à noite à taverna para comemorar.
- Stavros, seu malandro, você sempre foi um cara de sorte -disse Giorgos.
Autor desconhecido.

Muitos são os inconformados Giorgos que ficam embalando suas misérias e não se dão conta que a sorte pode estar atrás da determinação e desempenho.

Voce quem é:- Giorgos ou Starvos?